sábado, 10 de abril de 2010
Rei Momo
De acordo com o livro Carnaval Seis Milênios de História, “na Mitologia Grega, Momo era o deus da galhofa e do delírio, da irreverência e do achincalhe, tendo sido expulso do Olimpo por seu comportamento zombeteiro. Na Roma antiga, por ocasião das saturnais, o mais belo soldado era coroado Rei Momo e tratado como verdadeiro senhor, comendo, bebendo e se divertindo à exaustão. Quando a festa chegava ao fim, o alegre monarca era levado para o altar de Saturno e sacrificado. Morria o Rei Momo. No ano seguinte elegia-se outro”.
A figura do Rei Momo surgiu no carnaval carioca em 1933, ano em que a folia foi oficializada no Rio de Janeiro. Durante 34 anos a eleição do monarca foi realizada por indicação de entidades carnavalescas e jornalistas. A partir de 1967 o concurso foi oficializado por Lei Estadual, e em 1988 por Lei Municipal.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Mestre-Sala & Porta Bandeira
Durante os desfiles das escolas de sambas, os casais de Porta-Bandeira e Mestre-Sala fazem uma apresentação especial para os jurados, com o objetivo de atingir a nota máxima.
A avaliação é feita conforme a exibição do casal, que deve bailar suavemente ao ritmo do samba, fazendo os passos considerados obrigatórios, como meneios, giros, meias-voltas, mesuras e torneados. Além desses, o casal é avaliado pela harmonia entre ambos, a integração dos passos, o cortejo do homem, a proteção e cortesia que dá à sua dama e à bandeira da agremiação – que representa todo o pavilhão da escola de samba.
A avaliação vai também para a apresentação da porta-bandeira, que deve carregar o estandarte da escola sem deixá-lo enrolar ou bater em seu próprio corpo, com leveza, gracejo e correspondendo aos cortejos do mestre-sala.
As roupas do casal não precisam mais estar nas cores da escola, mas também adequadas para a apresentação, com acabamentos bem feitos e extremamente luxuosos. Devem também estar adequadas à apresentação, não impedindo os movimentos do casal.
As penalidades ou perca de pontos ficam a critério da apresentação feita, onde o casal não pode ficar de costas um para o outro, no mesmo momento, deixar cair ou perder qualquer elemento da composição de suas roupas e adereços (chapéus, sapato, esplendor, bandeira), mesmo que acidentalmente.
Escolas de Samba
As escolas de samba nasceram entre as décadas de 20 e 30 e se formaram com base nos Ranchos Carnavalescos, mas logo tomaram identidades próprias. As escolas de samba antigamente eram primitivas e rígidas e ao longo do tempo se tornaram flexíveis dando oportunidades para jovens e crianças.
A escola de samba tem a tranquilidade de ter entidades que as representam; nesse caso é preciso ter seus estatutos sociais registrados em cartório, possuir uma sede administrativa, quadra para ensaios, uma diretoria constituída, licença de funcionamento na polícia e ser filiada a uma dessas entidades representantes.
As escolas trabalham o ano inteiro para serem julgadas em uma única apresentação. Cerca de cinco mil desfilantes ensaiam nas quadras, sendo eles sambistas, passistas, mestre-sala, porta-bandeira, destaques, alas e também os participantes da orquestra e da bateria. Chegado o grande dia, tudo deve estar em perfeita ordem e harmonia. A apresentação segue uma sequência a seguir:
• A comissão de frente cria uma certa expectativa no público por sua coreografia diferenciada e também em relação ao enredo da agremiação. É formada por no máximo quinze pessoas, podendo ser homens, mulheres e crianças;
• O carro abre-alas é onde tudo começa. É nele que a escola expõe seu símbolo destaque;
• As alas são grupos de mesma fantasia que fica entre as alegorias. Nela está o sambista que até cruzar o fim da avenida se esbalda podendo perder até dois quilos;
• As alegorias e adereços são partes importantes no desfile. Os carros alegóricos contam a maior parte do enredo. Nos chamados queijos, ficam os destaques principais da agremiação;
• Os destaques desfilam isoladamente no chão ou nos carros alegóricos. Usam fantasias representando personagens do enredo;
• A ala das crianças é opcional e é formada em média por duzentas delas;
• O mestre-sala e a porta-bandeira levam o estandarte da escola usando fantasias luxuosas que podem pesar até quarenta quilos;
• A bateria, com cerca de 350 integrantes, é alinhada por instrumentos guiados pelo mestre. Os instrumentos usados são: tamborim, pandeiro, chocalho, reco-reco, tarol, agogô, cuíca, repinique, caixa de guerra e surdos de primeira, segunda e terceira marcação;
• Algumas escolas têm rainhas, princesas e madrinhas de bateria, que são mulheres bonitas escolhidas no meio artístico ou por concursos na comunidade;
• O intérprete oficial é responsável por cantar em média 65 vezes o samba-enredo durante o desfile. É acompanhado por cantores de apoio, mas ele é quem determina o andamento do samba;
• Os passistas são responsáveis por preencher os espaços deixados pelos bateristas. Sambam com muito charme e sensualidade;
• A ala das baianas é composta por senhoras, sendo algumas bem idosas que, apaixonadas por sua escola ,sustentam o peso de quinze quilos em suas fantasias;
• A ala dos compositores é formada pelos poetas da escola que compõem os sambas até que um seja escolhido como oficial.
• A velha guarda encerra o espetáculo e é composta por integrantes que participaram da fundação da escola.
Durante a apresentação das escolas, os juízes julgam:
• A bateria que deve estar perfeitamente entrosada;
• O samba-enredo que deve ter a letra adequada ao enredo e melodia-samba;
• Os cantores e o intérprete que devem estar em harmonia;
• As alas e destaques que também devem permanecer coesos;
• O enredo que deve estar claro durante a apresentação;
• O conjunto do desfile que deve estar uniforme e harmonioso;
• As alegorias e adereços que devem ser criativos e bem feitos;
• As fantasias que devem estar adequadas ao enredo;
• A comissão de frente que deve saudar o público e apresentar o enredo coordenamente;
• O mestre-sala e porta-bandeira que devem estar em perfeito entrosamento e no ritmo do samba.
O maior espetáculo da terra...Rio de janeiro
A folia carnavalesca carioca começa antes dos dias oficiais do carnaval. Já no mês de julho começam os ensaios nas quadras das diversas escolas de samba da cidade.
No mês de dezembro a cidade já se agita com os denominados “ensaios de rua” e a mais nova criação “ensaios técnicos”, que levam milhares de pessoas ao Sambódromo todo final de semana. Os desfiles oficiais são realizados durante a data oficial do carnaval.
Carnaval no Brasil
O carnaval chegou ao Brasil em meados do século XVII, sob influência das festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em alguns países, como a França, o carnaval acontecia em forma de desfiles urbanos, ou seja, os carnavalescos usavam máscaras e fantasias e saíam pelas ruas comemorando.
Certos personagens têm origem europeia, mas mesmo assim foram incorporados ao carnaval brasileiro como, por exemplo, rei momo, pierrô, colombina.
A partir desse período, os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos cortejos de automóveis (corsos) foram criados, mas só se popularizaram no começo do século XX.
As pessoas decoravam seus carros, se fantasiavam e em grupos desfilavam pelas ruas das cidades, dando origem assim aos carros alegóricos. O carnaval tornou-se mais popular no decorrer do século XX, e teve um crescimento considerável que ocorreu devido às marchinhas carnavalescas (músicas que faziam o carnaval ficar mais animado).
A primeira escola de samba foi criada no dia 12 de agosto de 1928, no Rio de Janeiro, e se chamava “Deixa Falar”, anos depois seu nome foi modificado para Estácio de Sá. Com isso, nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, foram surgindo novas escolas de samba. Organizaram-se em Ligas de Escolas de Samba e iniciaram os primeiros campeonatos para escolher qual escola era a mais bonita e a mais animada. A região nordeste permaneceu com as tradições originais do carnaval de rua, como Recife e Olinda. Já na Bahia, o carnaval fugiu da tradição, conta com trios elétricos, embalados por músicas dançantes, em especial o axé.
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